A 9ª fase da Operação Sisamnes, que apura o vazamento de informações sigilosas ligadas a investigações judiciais, foi deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (30). 

Nesta etapa, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Palmas.

A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), teve como alvos a residência e o gabinete do prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos), além da unidade penal de Palmas. 

Um advogado com atuação em Brasília (DF) também foi alvo das buscas.

Segundo a Polícia Federal, os investigados teriam tido o antecipado a detalhes confidenciais de operações anteriores, o que teria comprometido o sucesso de decisões judiciais e ações policiais.

Durante entrevista concedida em seu gabinete, o prefeito de Palmas afirmou estar ciente do conteúdo da investigação, mas negou qualquer envolvimento com o vazamento de informações. 

Coletiva de impresa realizada no gabinete do prefeito de Palmas. Foto: Reprodução/TV Norte Tocantins

Eduardo Siqueira Campos também afirmou que está colaborando com a apuração.

Assista à entrevista:

Além das buscas, os dois principais investigados desta fase tiveram os aportes recolhidos, foram proibidos de deixar o país e estão impedidos de manter contato entre si, conforme decisão do STF.

Privilégios em presídio também são alvo da investigação

A operação também investiga possíveis regalias concedidas ao advogado Thiago Marcos Barbosa, preso em março deste ano durante fase anterior da Sisamnes. 

Thiago é sobrinho do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), que não é investigado, embora tenha sido citado em documentos judiciais.

A Polícia Federal apura se o advogado teria recebido tratamento diferenciado dentro da unidade penal da capital. 

Operação Sisamnes

A Operação Sisamnes investiga os crimes de obstrução de justiça, violação de sigilo funcional, corrupção ativa e iva. 

Em fases anteriores, a PF já havia identificado uma rede de monitoramento ilegal e comércio de informações confidenciais relacionadas a investigações em andamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em março deste ano, a operação também teve como alvo o procurador Ricardo Vicente da Silva, do Ministério Público do Tocantins (MPTO), suspeito de envolvimento na mesma rede de vazamentos.