A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta terça-feira (3) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Além disso, a inclusão do nome da parlamentar na lista de difusão vermelha da Interpol e o bloqueio de seus bens.

A solicitação foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após Zambelli confirmar que deixou o Brasil e que pretende permanecer na Europa, alegando motivos de saúde.

A medida ocorre menos de um mês após a deputada ter sido condenada por unanimidade a 10 anos de prisão pela Primeira Turma do STF.

Ministros do STF. Foto: Reprodução/ Rosinei Coutinho/ STF.

A decisão apontou que Zambelli foi a mandante da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023, com o auxílio do hacker Walter Delgatti.

O objetivo seria a emissão de alvarás de soltura falsos e um suposto mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Procurada 76n1r

No pedido à Corte, o procurador-geral Paulo Gonet destacou que a prisão não tem caráter punitivo imediato, mas cautelar, para garantir a aplicação da lei penal.

De acordo com a PGR, a solicitação da inclusão na Interpol tem base no fato de Zambelli ter deixado o país deliberadamente após a condenação, sem comunicar oficialmente a Justiça.

Zambelli viajou inicialmente para a Argentina, no dia 25 de maio, e depois embarcou para os Estados Unidos. Nesta terça, ela declarou que está na Europa e que se licenciará do mandato para iniciar um tratamento médico.

Conforme o advogado Daniel Bialski, que a defendia, ele deixou o caso por “motivo de foro íntimo”.

Carla Zambelli. – Foto: Reprodução/ Lula Marques/ Agência Brasil.

Carla Zambelli teve mandato cassado 27503r

Além da condenação no caso do CNJ, Zambelli é alvo de outras ações no STF. Em uma delas, responde por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, por sacar uma pistola e perseguir um homem em São Paulo, durante as eleições de 2022.

Além disso, a maioria do STF já votou por sua condenação a 5 anos e 3 meses, mas o julgamento foi suspenso após pedido de vista.

Na Justiça Eleitoral, a deputada teve o mandato cassado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação nas eleições de 2022. O processo está em fase de recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Por fim, a defesa de Zambelli alega perseguição política e nega todas as acusações.