A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pediu no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (25), a rejeição da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o golpe de estado.
O advogado de defesa Celso Vilardi afirmou que o acusado não tinha qualquer conhecimento ou ligação com o plano golpista.
Ele afirmou que Bolsonaro foi o “ex-presidente mais investigado da história deste país” e protestou por não ter o à íntegra das provas que basearam a denúncia da PGR.
Segundo Vilardi, Bolsonaro autorizou o processo de transição de governo e também de mudança antecipada no comando das Forças Armadas após ter perdido a eleição de 2022.
“Temo a gravidade de tudo que aconteceu no 8 de janeiro, mas não é possível que se queira imputar a responsabilidade ao ex-presidente da República, ou colocá-lo como líder de uma organização criminosa, quando ele não apoiou o que aconteceu no 8 de janeiro, pelo contrário, ele tripudiou”, destacou Vilardi.
Mais cedo, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, reiterou as acusações, afirmando que Bolsonaro liderou um complô golpista após perder a tentativa de reeleição com o objetivo de se manter no poder.
Para ele, o planejamento do golpe começou em meados de 2021 e teve relação com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Julgamento 6d1q4t
O julgamento de Bolsonaro teve início nesta terça-feira (25) e segue até a quarta-feira (26).
Bolsonaro acompanha o julgamento do plenário. Ele é o único denunciado a acompanhar in loco o julgamento.
O ex-presidente deixou o local na manhã desta terça afirmando que somente se pronunciaria após o fim do julgamento.
O presidente da Turma no STF, ministro Cristiano Zanin, reservou três sessões para a análise.
A primeira ocorreu na manhã desta terça (25), onde foram apresentadas as defesas dos acusados.
Após parada para o almoço, o julgamento foi retomado às 14h. Há ainda uma sessão extraordinária para às 9h30 de quarta-feira (26).
A análise é para saber se os integrantes do chamado “Núcleo 1” da denúncia da PGR, formado por Bolsonaro e outros sete acusados, se tornarão réus.
O Núcleo 1 é composto por: r6oe
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022;
- General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
- Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Primeira instância 6u50r
O advogado de Bolsonaro insistiu também para que o caso seja remetido a julgamento no plenário do Supremo, pedido que já foi negado mais de uma vez ao longo do processo e deve ser votado pela Primeira Turma.
O entendimento recente do Supremo é o de que os casos sobre crimes supostamente cometidos durante o exercício e em função do cargo devem permanecer na Corte mesmo após o alvo deixar o posto.
Vilardi argumentou, contudo, que Bolsonaro era presidente da República, cuja competência para julgar cabe exclusivamente ao plenário.