Um jovem paraense viralizou nas redes sociais após publicar um vídeo criticando os shoppings de Manaus.
A fala dele não ou despercebida e rapidamente gerou uma onda de reações entre os manauaras, que defenderam a cidade.
Paraense viraliza ao criticar shoppings de Manaus
Na gravação, ele compara os centros comerciais das duas capitais e dispara: “E o pior shopping de Belém que é melhor que todos os de Manaus”.
A declaração dividiu opiniões e reacendeu a rivalidade regional entre paraenses e amazonenses nas redes.
Nos comentários, internautas de Manaus rebateram a crítica, exaltaram os shoppings da capital amazonense e destacaram que eles são referência na região Norte.
“E o Porto de Manaus é melhor que o aeroporto de Belém”, rebateu um internauta. “Amado? O shopping mais fraco daqui tem uma floresta dentro, tá?”, apontou outro.
Outros usuários, porém, encararam o episódio com bom humor e transformaram a situação em memes. “Parece aquelas galerias lá do centro 😂😂😂”, ironizou um terceiro.
Quando começou a rivalidade entre Amazonas e Pará?
A histórica rivalidade entre os estados do Pará e Amazonas, frequentemente mencionada, remonta ao período colonial e carrega reflexos de eventos políticos e sociais que marcaram o Brasil.
O historiador e mestrando pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Fábio Augusto, aponta que o embate começou no século 18, quando o Amazonas ainda era conhecido como “Capitania de São José do Rio Negro”.
Naquela época, o território era subordinado política e economicamente à Capitania do Grão-Pará. Governadores paraenses, temendo perder influência regional, dificultavam o desenvolvimento do Rio Negro.

O século 19 trouxe mudanças, com elites locais e políticos paraenses, como João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha, liderando esforços pela emancipação do Amazonas.
Contudo, como lembra o historiador Robério Braga, a exclusão do Rio Negro da Assembleia Constituinte de 1823 prejudicou a autonomia política da região.
Isso aconteceu porque o governo paraense reteve o ofício de convocação para a participação do Amazonas, impedindo que a capitania fosse reconhecida como uma província independente na Constituição do Império.
Por fim, Braga ressalta outro marco na relação conturbada: o anúncio da Independência do Brasil, proclamada em 1822, só chegou ao Amazonas em novembro de 1823, mais de um ano depois. Segundo ele, o atraso ocorreu porque o Pará reteve a informação em Belém.