A concessão do trecho da BR-364 entre Porto Velho e Vilhena, em Rondônia, tem gerado preocupações devido ao alto custo do pedágio previsto.
Durante audiência pública realizada nesta terça-feira (25) pela Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado, parlamentares, representantes do setor produtivo e especialistas discutiram o impacto financeiro da medida para motoristas e para a economia do estado.
Valor do pedágio gera debate 581c4v
Os valores previstos para o pedágio chamaram a atenção: um caminhão bitrem poderá pagar cerca de R$ 1 mil por viagem, enquanto motoristas de veículos leves terão uma tarifa de R$ 130. Confira todas as mudanças com a concessão da rodovia.
O senador Marcos Rogério (PL-RO), presidente da CI e autor do pedido de audiência, alertou que os custos da concessão podem comprometer o escoamento da produção agropecuária e encarecer os produtos para a população.

Outras polêmicas envolvendo a concessão da BR-364 3t3z1u
Outro ponto criticado foi o cronograma de obras. Dos cerca de 700 quilômetros do trecho concedido, apenas 107 quilômetros serão duplicados, e a execução será gradual. Nos primeiros quatro anos, a previsão é de duplicação de apenas 14 quilômetros.
O senador Jaime Bagattoli (PL-RO), que também é caminhoneiro e produtor rural, demonstrou indignação com o modelo da concessão e sugeriu que o processo seja suspenso para revisão.
“Não houve licitação de fato, apenas um grupo participou. Seremos obrigados a engolir, goela abaixo, 190 quilômetros de terceira faixa e apenas 107 quilômetros de duplicação por 30 anos. O setor produtivo não pode mais pagar essa conta tão cara“, afirmou.

ANTT defende concessão da rodovia 524x20
Por outro lado, o diretor-geral em exercício da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Theo Sampaio, defendeu a concessão.
Ele destacou que, além da duplicação, o contrato prevê 200 quilômetros de faixas adicionais na BR-364, além de melhorias imediatas na pavimentação e na sinalização antes mesmo da cobrança do pedágio.
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (CREA-RO), Edison Rigoli, contestou os argumentos da ANTT e destacou a falta de transparência no processo. Ele afirmou que a concessão pode prejudicar ainda mais a mobilidade no estado.
Antonielly Rottoli, representante da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Rondônia), reforçou a preocupação com os custos para o setor produtivo e a falta de infraestrutura adequada.
“Estamos falando de uma rodovia com trechos precários. Como justificar um pedágio tão caro sem garantias de melhorias?“, questionou.
Com informações da Agência Senado