A Polícia Legislativa utilizou gás lacrimogêneo e spray de pimenta para conter um tumulto durante uma manifestação indígena em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, no início da noite desta quinta-feira (10).
A ação ocorreu por volta das 18h30, no encerramento da marcha do Acampamento Terra Livre (ATL), o maior encontro anual de povos originários do Brasil.
A mobilização reúne cerca de 8 mil indígenas de diversas etnias, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que organiza o evento.

O acampamento teve início no último fim de semana e segue até esta sexta-feira (11), com debates, atos públicos e reivindicações por políticas públicas e direitos constitucionais dos povos indígenas.
Na tarde de quinta, por volta das 17h, os manifestantes saíram da área próxima à antiga Funarte, onde está instalado o acampamento, e caminharam até a Esplanada dos Ministérios.
Em frente à Câmara dos Deputados, onde se debate direitos indígenas esta semana, alguns participantes da marcha removeram as grades de proteção que isolavam o prédio, o que motivou a reação dos agentes de segurança.
A reação da polícia 6s3d1z
A Polícia Legislativa reagiu com bombas de gás e uso de spray de pimenta para dispersar o grupo. Pessoas aram mal com o efeito dos agentes químicos e o Corpo de Bombeiros foi acionado para prestar atendimento.
A Polícia Militar do Distrito Federal formou uma barreira de contenção diante do Congresso e acompanhou a marcha desde o seu início.
Integrantes da manifestação relataram que policiais militares também lançaram gás lacrimogêneo durante o confronto.
Absurda a repressão policial contra a marcha dos povos indígenas que chegou ao Congresso Nacional em protesto contra a Lei 14.701, a Lei do Marco Temporal #ATL2025 pic.twitter.com/17BQLnY1hw
— Fábio Felix 🏳️🌈 (@fabiofelixdf) April 10, 2025
Representantes da Apib afirmaram que os manifestantes não receberam orientações claras sobre os limites da manifestação, o que teria contribuído para a tensão no momento da chegada ao Congresso.
A marcha desta quinta contou com o apoio de diversas organizações sociais. A seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), por exemplo, enviou 23 representantes para acompanhar a caminhada lado a lado com os povos indígenas.
Faixas exibidas no ato traziam frases como “COP 30 na Amazônia, a resposta somos nós” e “Pelo clima e pela Amazônia”, em referência à pauta ambiental defendida pelo movimento.