A Polícia Federal (PF) enviou um relatório ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, onde apresentou novas evidências que associaram o ex-secretário de comunicação de Jair Bolsonaro (PL), Fábio Wajngarten, ao caso de desvio de joias sauditas da União.
Conforme a PF, o ex-presidente teria designado Wajngarten para transportar secretamente o “Kit Ouro Rose”, um conjunto de joias dadas de presente pelo governo da Arábia Saudita ao governo brasileiro.
Também foram encontrados no celular de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, documentos relacionados ao caso e uma procuração assinada pelo ex-presidente.
“Fábio Wajngarten aderiu ao esquema criminoso, praticando atos executórios, dentro da divisão de tarefas estabelecidas pelos investigados, para recuperar as joias do denominado ‘kit ouro rose’, com a finalidade de trazê-las para o Brasil, ocultando a localização e movimentação das joias, assim como, escamotear os proventos auferidos por Jair Bolsonaro com a negociação dos demais itens desviados do acervo público”, diz o documento assinado pelo delegado Fábio Shor.
Investigações 3i18m
O depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, serviu de base para reunir provas sobre os presentes ilegais para o acervo pessoal do ex-presidente.
As investigações revelam que os envolvidos esquematizaram um plano para ocultar as joias, criando uma versão falsa sobre o seu armazenamento na Fazenda Piquet, junto a itens pessoais de Bolsonaro, com a intenção de enganar a mídia e a PF.
Wajngarten teve um papel ativo no esquema. Segundo a PF, ele ajudou a ocultar a localização das joias e facilitou a negociação dos itens desviados. Estima-se que o valor total foi de R$ 6,8 milhões.
As investigações também apontam que os envolvidos tinham consciência das restrições legais sobre a venda das joias no exterior.
O ex-secretário nega as acusações e o envolvimento com atividades ilegais, ele afirmou que sua atuação foi restrita à avaliação de comunicação e à gestão de crise, conforme orientado na época.
*Com informações do G1 e Poder 360